Primeiro ou último post do Projeto CicloAitiara

Se você esta chegando agora e nem sabe direito do que se trata esse blog, segue a explicação. Estou usando esse espaço como Diário de Bordo das cicloviagens promovidas pelo site CicloBR e este é o último post do Projeto CicloAitiara. Realizado em maio de 2009, onde levei um grupo de 23 alunos, mais professores e amigos para uma cicloviagem pelo litoral sul de São Paulo, saindo de São Miguel Arcanjo e passando pelo parque Carlos Botelho e pelas cidades de 7 Barras, Registro, Iguape, Ilha Comprida, Cananéia, Ilha do Cardoso, Ilha do Superagui, Ilha das Peças, encerrando em Paranaguá, no estado do Paraná.

Se você já leu todo o Diário de Bordo, continue sua leitura normalmente, mas se esta chegando agora no blog, vá para o primeiro post e saiba detalhes do que aconteceu em cada dia.

Quero aproveitar essa postagem para agradecer a todos que convivi nesses 10 dias. Também a àqueles que não puderam participar, mas de alguma maneira contribuíram para a realização desse sonho.

Largada para a primeira cicloviagem da minha vida

Foram muitas as coincidências, em 1996 realizei minha primeira cicloviagem e o trajeto foi muito parecido com esse, sai de São Paulo e pedalei até Cananéia. O objetivo era chegar a Paranaguá, mas devido à inexperiência e a falta de dinheiro, tivemos que ficar no meio do caminho. Pegamos o Munduba (barco da Dersa) só para conhecer a Ilha do Cardoso e Superagui por algumas horas e isso só contribuiu para aumentar a sensação de vazio, de incompetência em realizar a viagem.

Ilha do Cardoso em 96

Depois dessa trip realizei diversas outras viagens e para poder dividir minhas emoções e também estimular mais pessoas a praticarem o cicloturismo, criei o site CicloBR. Nele passei a divulgar detalhes das nossas viagens, sempre com uma narrativa que possa auxiliar os futuros cicloturistas.

Mesmo realizando viagens maravilhosas como as viagens pelo Tietê, o Caminho da Fé, entre tantas outras, o vazio continuava. Até que em 2 de janeiro de 2009, recebo um email da professora Ana Ventura, que tinha como objetivolevar seus alunos para realizar um estudo  dos ecossistemas do litoral sul do estado, mas de maneira vivencial, numa viagem de bicicleta.

Aceitei quase que de imediato, a partir de então começamos a trabalhar juntos (mais ela do que eu) para que essa viagem saísse do patamar do sonho, para se tornar realidade.

Muitos contratempos ocorreram, por parte da professora, imagino o quanto foi complicado convencer os pais dos alunos de que era possível realizar uma viagem como essa e com segurança. Da minha parte tive milhões de motivos para abortar a viagem. Para se ter uma idéia, faltando duas semanas para o início, a minha City Tour, a bicicleta que usaria na viagem, apareceu com uma rachadura estranhíssima, impossibilitando de usá-la na viagem.

"pequenos" contratempos

Sobrou então minha Aluminum 94 que por coincidência é a mesma bicicleta que usei na viagem de 1996. Detalhe, eu havia aposentado essa magrela para cicloviagens, usava apenas em passeios curtos. O destino mais nobre seria transformá-la em fixa, algo que ainda pretendo fazer. Acho que quando ela soube da viagem, resolveu sabotar a concorrente para se tornar a única opção.

Minha guerreira em ação em 96. De giant, nem o adeviso

Mesmo assim me organizei e resolvi encarar essa aventura, algo que sempre sonhei. Pois além do sonho de terminar a viagem de 96, eu vivo em função de incentivar o uso da Bicicleta, seja como meio de transporte, ou na maravilhosa prática do Cicloturismo. Passar 10 dias com dezenas de jovens, a maioria já com a data da prova do DETRAN marcada, tendo a possibilidade de contagiá-los com o vírus da bicicleta era tudo que sonhei. Entrar na cidade de Registro “causando” e gritando “Menos Carros, Mais Bicicletas” é de até fazer a Falzoni chorar.

Galera na estrada

Passado esses dez dias, tenho certeza que foi isso que aconteceu. Temos umas 30 pessoas já “viciadas” em bicicletas, cicloturistas planejando vôos maiores, outros vendo qual a melhor maneira de incluir a bicicleta em suas rotinas diárias e o mais importante. Vi essas crianças tornarem adultos, tive a honra de vivenciar um amadurecimento surpreendente que só a bicicleta é capaz de proporcionar.

Desde o começo tinha certeza que todos eram capazes, não só de terminar a viagem com facilidade, mas de transformarem essa aventura num marco para levarem pelo resto de suas vidas. Exatamente como ocorreu comigo, já que graças a viagem de 96 sou essa pessoa que vocês conhecem. Da mesma maneira que aquela viagem de 96 mudou significativamente minha vida, tenho certeza que essa apontará novos horizontes, não apenas aos alunos, mas também aos demais adultos que participaram da viagem.

Mudança de vida

Mais uma vez quero agradecer a todos vocês por ter me proporcionado essa experiência maravilhosa. Especial a todos os alunos, não vou citar cada nome para não cometer injustiças, mas consegui ter momentos maravilhosos com praticamente todos e terminei a viagem com uma enorme esperança de que, com base nessa turma, nosso planeta esta em boas mãos.

Um agradecimento especial aos pais de alunos que nos acompanharam, ao Fábio que nos fez economizar uma boa quantia com suas pechinchas e ao Sherpa Marcel que demonstrou um companheirismo e solidariedade incomum, em momentos prá lá de cruciais.

Aos meus amigos de São Paulo, a Talita que chegou no segundo tempo e ainda conseguiu sentar na janelinha, o Matias, que participou dos primeiros dias da aventura e colaborou demais com o grupo, principalmente passando suas experiência sobre o modo de vida dos moradores do Vale do Ribeira, a Drielle que se mostrou uma excelente ciclista e uma pessoa maravilhosa, ajudando demais o grupo. E um especial ao Aragon que me salvou aos 45 minutos do segundo tempo e não só ajudou demais no suporte ao grupo, como conseguiu conquistar todos com sua alegria e irreverência (que eu juro, não conhecia).

Agradecer aos professores, o Caco que parecia ser magnetizado e que pedalava sobre uma chapa de aço. Mesmo insistindo em cair toda hora, quebrando sua bicicleta de todas as maneiras possíveis, chegou bonito e prometendo comprar uma bicicleta decente e incluí-la em sua rotina.

A professora Suzana. Aprendi demais com ela, adorei as aulas de biologia e principalmente as histórias de aventuras do seu Bisavô. Que coisa fantástica, não deixe de escrever aquele livro, quero ser um dos primeiros a comprar.

Finalizando, todos devem concordar com o agradecimento mais que especial a Professora Ana Vieira. Simplesmente porque se não fosse pela sua inteligência, “loucura”, gana e determinação dela, nada teria acontecido e nem vocês teriam feito essa cicloviagem e nem eu teria realizado o meu sonho.

Obrigado mesmo Professora Ana, agradeço também aos deuses “googados” que a guiaram até o meu site e fez com que toda essa cadeia de acontecimentos ocorresse. Foi uma enorme honra poder ter o privilégio dessa maravilhosa experiência de vida. Que muitas “Anas Vieiras” continuem cruzando o meu caminho.

Abraços a todos e até a próxima viagem.

André Pasqualini

Uma resposta to “Primeiro ou último post do Projeto CicloAitiara”

  1. Fourier Says:

    Já que é um post de agradecimento, também utilizo o espaço para enaltecer a força e o trabalho do Pasqua. Parabéns amigo pela organização da viagem e muito obrigado por me chamar! Essa viagem ficará para sempre na minha mente e nos meu coração.

    Vou tentar lembrar os nomes dos aluno, vamos lá:

    Isis, Fabíola, Bebeth, Sofia, Carla, Malvina, Ana Carolina, Ingrid, Gabi, Ariel, Dico, Daniel, Thiago Cowboy, Joy, Scatoloni, Vitor, Diogo, Gó, Gui, Fábio, Mathias, Chile.

    E também um agradecimento ao nosso Matias Alemão! Valeu garoto!

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